Ansiedade: um amigo inconveniente
- Simone Ferreira
- 25 de mar.
- 2 min de leitura

A ansiedade é como um amigo inconveniente que insiste em sussurrar no seu ouvido, lembrando de todos os seus medos e preocupações. Às vezes, ele até grita, causando pânico e desespero. Na psicanálise, esse amigo inconveniente é visto como um mensageiro do nosso inconsciente, um lugar profundo e misterioso onde guardamos nossas memórias, desejos e conflitos mais íntimos.
Pense no inconsciente como um porão escuro, onde escondemos tudo o que nos incomoda. Às vezes, as coisas que guardamos lá embaixo começam a fazer barulho, tentando chamar nossa atenção. A ansiedade é esse barulho, um sinal de que algo não está bem no porão.
Freud, um dos maiores exploradores do inconsciente, acreditava que a ansiedade surge de conflitos internos, como a luta entre nossos desejos e nossa moral. É como se tivéssemos um cabo de guerra dentro de nós, com um lado querendo fazer o que é proibido e o outro tentando nos manter na linha.
Existem diferentes tipos de ansiedade, como diferentes tons desse amigo inconveniente. A ansiedade realística é como um grito de alerta quando estamos em perigo real, como um incêndio ou um acidente. A ansiedade neurótica é mais silenciosa, mas constante, como um zumbido que nos perturba sem motivo aparente. E a ansiedade moral é como uma voz crítica que nos culpa por nossos erros e nos impede de seguir em frente.
A ansiedade, apesar de ser desagradável, tem um lado bom. Ela nos protege, nos alerta sobre perigos e nos motiva a buscar soluções. Mas quando ela se torna excessiva, como um amigo que não para de falar, pode nos impedir de viver plenamente.
A psicanálise nos convida a explorar esse porão escuro, a conhecer nossos medos e desejos mais profundos. É como se acendêssemos uma luz para iluminar os cantos escondidos da nossa mente, para que possamos entender melhor o que nos perturba e encontrar maneiras de lidar com a ansiedade de forma mais saudável.
A ansiedade é uma parte da experiência humana, um sinal de que estamos vivos e sentindo. Através da psicanálise, podemos aprender a ouvir esse amigo inconveniente, a entender suas mensagens e a encontrar um equilíbrio entre nossos medos e nossos desejos.