No cerne da psicanálise está a ideia de que muitos dos nossos comportamentos, pensamentos e emoções são moldados por processos inconscientes. Freud propôs que nossa mente é composta por três componentes principais: o id (instintos e desejos), o ego (a parte racional que medeia entre os desejos do id e as exigências da realidade) e o superego (a instância moral, que internaliza normas e valores sociais). O equilíbrio entre essas partes é crucial para a saúde mental.

A psicanálise busca entender e interpretar esses processos inconscientes, geralmente através da livre associação, onde o paciente fala livremente sobre seus pensamentos e sentimentos, e da análise de sonhos, que permite acessar conteúdos reprimidos. O objetivo é trazer à consciência conflitos internos, traumas e experiências passadas, permitindo que o indivíduo compreenda melhor a si mesmo e desenvolva novas formas de lidar com suas questões emocionais.

A psicanálise é um método de investigação das causas inconscientes, fato que assinala sua especificidade ante os mais diversos tipos de correntes psicoterápicas que se debruçam sobre os aspectos conscientes e comportamentais. Já a psiquiatria é uma especialidade da Medicina que lida com o diagnóstico, tratamento e reabilitação das diferentes formas de sofrimentos mentais, sejam elas de cunho orgânico ou funcional, sem lidar diretamente com as manifestações e causações psicológicas dos mesmos.

“O vazio é impossível de ser extinto, mas cabe-nos encontrar meios menos nefastos de abordá-lo. Não se pode mudar a direção do vento, mas pode-se alterar a posição das velas. O que pode ser alterado é a maneira como vivemos a experiência da vida, a posição que ocupamos ao nos defrontarmos com a falta daquilo que supostamente iria nos tornar completos. Muitas vezes, precisamos de ajuda para isso, e é aí que a psicanálise pode nos servir.” (Denise Maurano)

Uma análise pode promover a mudança de posição subjetiva diante da vida, pois aposta na libertação de ideais e caminha na direção do desejo.